quarta-feira, 24 de abril de 2024


Resenha: Ligeiramente Escandalosos

Ligeiramente Escandalosos é o terceiro volume da série Os Bedwyns, da Mary Balogh. Quando li pela primeira vez, um tempão atrás, achei a história mediana. Após a segunda leitura, percebi que sem sombra de dúvidas esse é o melhor livro da série e preciso explicar o porquê. Vamos pra resenha!
Título: Ligeiramente Escandalosos
Gênero: Romance de época
Autor: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288

Série Os Bedwyns – 3

Sinopse: Freyja Bedwyn é uma mulher diferente das outras damas da alta sociedade: impetuosa e decidida, ela preza a independência e a liberdade acima de qualquer coisa até mesmo do amor. Até que o destino lhe apresenta Joshua Moore, o marquês de Hallmare, um homem cheio de charme e mistério, dono de uma beleza estonteante e de uma reputação terrível. Quando ambos se encontram a caminho da pacata cidade de Bath, a química entre os dois é imediata.
Entre encontros e desencontros, conflitos e provocações, Joshua faz uma proposta inusitada: pede que Freyja finja ser sua noiva, para evitar que uma artimanha de sua tia o leve a se casar com a própria prima. Para uma dupla que acha graça das convenções sociais, esta parece ser a oportunidade perfeita para se divertir. Mas a brincadeira acaba trazendo consequências inesperadas. Aos poucos, suas máscaras vão caindo e ambos se revelam pessoas bem diferentes do que aparentam.
Neste terceiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh se aprofunda ainda mais nos segredos e desejos dessa família incomum e extremamente sensual.
Lady Freyja Bedwyn foi uma figura recorrente na série até agora. No primeiro livro, ela esteve lá para celebrar a forma como Eve contrariou as expectativas durante sua apresentação à rainha. No segundo livro, ela acompanhou Judith em sua busca pelo irmão caloteiro. Chegamos ao terceiro livro conhecendo bem a essência da personagem de Freyja: ela não é como as outras damas.

Porém, um mero “ela é diferente das outras” já é um dos grandes clichês dos romances atuais. Na verdade, a ideia apenas reflete um fenômeno conhecido na internet pelo termo “pick me girl” (a garota me escolha, em tradução livre). A pick me girl é uma mulher que busca ser diferente das outras mulheres para ganhar aprovação masculina. Ela detesta coisas de mulherzinha, como maquiagem e moda; prefere as atividades masculinas que a permitem estar na companhia dos homens – porque as outras mulheres são todas falsas e chatas.
Por um longo tempo acreditei que Freyja era uma versão de época da pick me girl. Nos livros anteriores a vemos cercada por seus irmãos homens, fazendo coisas de homens e desdenhando de tudo relacionado ao feminino. Eu não gostava muito dela. Até iniciar essa leitura...

Ligeiramente Escandalosos começa com Freyja no meio de uma viagem. Ela e sua comitiva de empregados foram obrigados a passar a noite em uma estalagem de qualidade duvidosa. As portas dos quartos não tem tranca, o que põem em risco a segurança da irmã do duque de Bewcastle. Mas quem disse que Freyja se importa? Ela é uma lady destemida, impetuosa, de gênio forte. Não precisa e nem quer a companhia da criada que ronca como um burro morrendo. Freyja decide dormir sozinha, e não sente um pingo de medo do quarto ser invadido por um malfeitor.

O problema é que no meio da noite o quarto é invadido.

O invasor é Joshua Moore, marquês de Hallmare. Ele não é um malfeitor, e sim um galanteador do tipo aventureiro. Sua última conquista foi uma bela jovem que conheceu no salão da estalagem. Quando os dois estavam no meio do vuco-vuco, o pai da jovem apareceu para cobrar Joshua pelo atentado à “castidade” da moça. Tudo não passava de uma cilada para arrancar dinheiro do marquês. Joshua, desesperado para fugir do flagrante, se escondeu no primeiro lugar que encontrou: o quarto da Freyja.

E assim acontece o primeiro encontro desse casalzão. Absurdo, né? Mas simplesmente perfeito.

A interação dos dois é engraçadíssima. Joshua não consegue se conter e joga charme para Freyja. Ela fica furiosa com a petulância e ousadia dele, e quase o entrega para seus perseguidores. Quase. No fim, Joshua rouba um beijo dela e Freyja o atinge com um dos seus famigerados socos. A cena é fantástica!

Após as desventuras da madrugada, Freyja e Joshua seguem seus respectivos caminhos. E qual é o destino? A pacata cidade de Bath, aonde ambos esperam passar dias longos e tediosos. Uma expectativa que dura só o tempo deles voltarem a se encontrar. Depois disso, cada encontro os faz ter mais certeza de que a melhor maneira de matar o tédio é estarem juntos.

Essa fase de conhecer um ao outro traz vários momentos icônicos do casal, embora dure um pouco mais do que eu gostaria. O grande plot do enredo é o noivado de mentira que eles inventam para livrar Joshua das maquinações de sua tia, mas essa reviravolta só acontece lá pro capítulo 8. Pessoalmente, considero que uma história começa pra valer quando o plot principal se apresenta. Esperar oito capítulos para o enredo engrenar é um teste de paciência.

Depois do anúncio do noivado, a história deslancha de verdade. Freyja e Joshua descobrem que sair desse falso relacionamento será um desafio de resistência, pois o mundo parece conspirar para mantê-los atados um ao outro.

E é aqui que eu declaro: Sim, Freyja é diferente das outras damas. Não porque ela gosta de correr a cavalo ou dar socos em quem a incomoda. Isso pouco importa. Freyja é diferente das outras porque ela tem agência.

Agência, no sentido formal, significa capacidade de agir. Uma pessoa dotada de agência é uma pessoa capaz de fazer coisas, de tomar decisões, de escolher qual música vai dançar no grande e caótico baile da vida.

Freyja é essa pessoa.

Voltando aos livros anteriores, vemos Eve ser coagida a casar com Aidan para não perder a sua casa e Judith ser obrigada a deixar sua família para servir como mão de obra não remunerada. Elas não tiveram escolha, apenas foram empurradas para uma série de situações nada agradáveis. Freyja é diferente. Ela viaja para Bath por conta própria. As razões da viagem são questões pessoais dela, ninguém lhe diz para ir ou tenta impedir que ela vá. Ela sente que o melhor para si mesma é se afastar de casa por um tempo, e assim o faz.

A partir daí podemos ver o quanto Freyja é livre para fazer suas escolhas, sejam elas simples como ir sozinha passear no parque ou algo maluco como embarcar em um noivado de mentira. Meu coração ficou quentinho quando Joshua sugeriu o noivado falso e Freyja aceitou por achar que seria divertido. Não houve pressão alguma em cima dela, só uma proposta irresistível de ferrar os planos da tia de Joshua. Nesse ponto, tive certeza do quanto eles eram perfeitos um para o outro.

Joshua tem uma personalidade forte o bastante para fazer frente a Freyja, porém ele nunca tenta subjugá-la ou reprimi-la. Ao contrário, ele oferece ainda mais liberdade para ela fazer o que quer fazer. Quem não adoraria ter um parceiro desses?
Sei que essa resenha já está mais longa do que o normal, mas não posso deixar de citar outra coisa que me encanta nesse livro: Freyja é uma mocinha feia. Veja bem, não é o caso dela se achar feia e na realidade ser uma beleza exótica – ainda não engoli as lamúrias da Judith. Freyja realmente não atende aos padrões de beleza. Ela sabe disso e, o mais legal de tudo, não dá a miníma. Em certo momento, ela até comenta que quem não gosta de sua aparência pode muito bem olhar para outro lado. Como não amar essa mulher?

O mais interessante é que Joshua está no extremo oposto, sendo provavelmente o homem mais bonito desta série – para ser mais precisa, ele é o equivalente masculino da Judith, mas sem a baixa autoestima.
Há vários outros elementos em Ligeiramente Escandalosos que eu adoraria comentar e analisar. As descrições dos cenários, o desenvolvimento dos personagens e seu relacionamento, a presença de personagens neurodivergentes, as reviravoltas da trama... Bem, há de se admirar a riqueza da escrita da Mary Balogh. Super indico os livros dela, mas principalmente esse aqui. Leiam! Não vão se arrepender.



Resenhas anteriores da série Os Bedwyns:
1- Ligeiramente Casados
2- Ligeiramente Maliciosos
3- Ligeiramente Escandalosos (atual)
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quarta-feira, 27 de março de 2024


Resenha: Ligeiramente Maliciosos

Prontos para a resenha do segundo volume da série Os Bedwyns, da Mary Balogh? Pois eu estou prontíssima! Ligeiramente Maliciosos é uma caixinha de surpresas em forma de livro. Vem comigo que vou te explicar o porquê.
Título: Ligeiramente Maliciosos
Gênero: Romance de época
Autor: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288

Série Os Bedwyns – 2

Sinopse: Após sofrer um acidente com a diligência em que viajava, Judith Law fica presa à beira da estrada no que parece ser o pior dia de sua vida. No entanto, sua sorte muda quando é resgatada por Ralf Bedard, um atraente cavaleiro de sorriso zombeteiro que se prontifica a levá-la até a estalagem mais próxima.
Filha de um rigoroso pastor, Judith vê no convite do Sr. Bedard a chance de experimentar uma aventura e se apresenta como Claire Campbell, uma atriz independente e confiante, a caminho de York para interpretar um novo papel. A atração entre o casal é instantânea e, num jogo de sedução e mentiras, a jovem dama se entrega a uma tórrida e inesquecível noite de amor.
Judith só não desconfia de que não é a única a usar uma identidade falsa. Ralf Bedard é ninguém menos do que lorde Rannulf Bedwyn, irmão do duque de Bewcastle, que partia para Grandmaison Park a fim de cortejar sua futura noiva: a Srta. Julianne Effingham, prima de Judith.
Quando os dois se reencontram e as máscaras caem, eles precisam tomar uma decisão: seguir com seus papéis de acordo com o que todos consideram socialmente aceitável ou se entregar a uma paixão avassaladora?
Neste segundo livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos conquista com mais um capítulo dessa família que, em meio ao deslumbramento da alta sociedade, busca sempre o amor verdadeiro.
Ligeiramente Maliciosos começa nos apresentando a protagonista, Judith Law. Filha de um rigoroso pastor, ela está a caminho da casa da tia, onde uma vida de trabalho gratuito e apagamento social a espera. O primeiro grande problema de Judith é a precária situação financeira de sua família – culpa do irmão mais novo dela. O segundo grande problema de Judith é ter um azar danado.

A mulher tentava deixar a viagem menos pior fantasiando com histórias de romance e aventura quando a diligência tombou no meio da estrada. Viagem interrompida, resta a Judith e os demais passageiros esperar ao relento por ajuda.


É então que surge um homem a cavalo. Este homem é lorde Rannulf Bedwyn, que se encaminha para Grandmaison Park, propriedade de sua avó, para conhecer uma candidata à esposa. Rannulf se oferece para ir até a cidade mais próxima para pedir ajuda aos acidentados. Antes de partir, porém, ele cruza o olhar com Judith e o raio da atração sensual despenca sobre eles.

Rannulf convida Judith para acompanhá-lo. Judith – que é uma azarada, não esqueçam! – considera aquela sua única chance de viver uma aventura de verdade. Ela decide aproveitar o momento e assume a personalidade da mulher que sempre quis ser: uma atriz corajosa, independente e confiante. Ela se apresenta como Clare Campbell, o que reflete a atitude do próprio Rannulf ao omitir seu nome e se apresentar como Ralf Bedard.

Sob o disfarce dessas personas inventadas, Judith e Rannulf embarcam em uma sequência de flertes, que se transformam em beijos, que avançam para compartilhar um quarto e termina com Judith desvirginada na manhã seguinte. O negócio pega fogo! Depois a realidade bate às portas. Judith não pode sustentar a personalidade de Clare Campbell por muito mais tempo. Ela foge de Ralf Bedard, resignada a guardar com carinho a lembrança dos momentos que passaram juntos.

Mas vocês lembram do azar dela? Eu falei do azar dela!

Os dois chegam aos seus respectivos destinos: Judith para ser uma parente pobre na casa da tia; Rannulf para atender o desejo da avó de vê-lo casado. E quem é a futura pretendente de Rannulf? A prima de Judith!


É a partir do segundo encontro deles, dessa vez sem nomes falsos, que a história começa pra valer.

O início de Ligeiramente Maliciosos exemplifica uma das características mais legais da escrita da Mary Balogh. São raros os romances em que o casal começa o livro tendo um caso de uma noite – casual mesmo, sem pensar em amor ou casamento. Acho isso muito divertido, porque o relacionamento encontra um leque diferente de possibilidades para se desenvolver.

Judith e Rannulf precisam lidar com o que aconteceu entre eles enquanto assimilam a verdadeira identidade um do outro. Temos um festival de situações constrangedoras e conversas marcadas por confusão, revolta e desejo reprimido. Eles ainda lidam com as expectativas e limitações impostas por outros personagens. Apesar disso tudo, o laço entre os dois não se rompe. Ao contrário, eles são puxados um para o outro e levados a se conhecer melhor.

Mary Balogh entrega mais um belo romance “queima lenta” para nossa apreciação.


Mas tenho minhas reclamações!

Judith tem uma autoestima rastejante; resultado da criação rígida do pai e uma série de situações que a fizeram concluir que é a mulher mais feia a andar sobre a terra. Nem preciso dizer que isso é uma mentira, né? A querida é ruiva, curvilínea, dos olhos verdes, alvo de cobiça por parte dos homens e inveja por parte das mulheres. Os únicos “defeitos” declarados sobre ela são as sardas e a covinha na bochecha.

Com certeza, existem mulheres lindas que são levadas a se achar feias, porém cada descrição floreada sobre a aparência gloriosa de Judith diminuía a força das crises de baixa autoestima dela. Ela nunca se olhou no espelho? Nunca encontrou outra beldade e percebeu o quanto eram parecidas? Nunca ouviu uma das muitas pessoas que a acham uma beleza extraordinária?

Então tá bom.


Preciso admitir, Rannulf não é meu irmão Bedwyn preferido. Sei lá, a personalidade dele é meio não cheira nem fede... Wulfric é o mandachuva de temperamento frio; Aidan é o obstinado cumpridor do dever; Freyja é a cavalona sem apego as normas; Alleyne é o bonitão galanteador; e Morgan é a futura destruidora de corações. O que sobra pro Rannulf?

Ele funciona nesse livro, porque o enredo traz vários personagens marcantes para compensar a falta de sal desse homem. De exemplo, deixo a Judith e a avó dela, que é uma senhorinha pra lá de engraçada. A história é dinâmica e interessante apesar do Rannulf, não por causa dele.

O desfecho do livro é cheio de tensão e reviravoltas. Assim como no livro anterior, Wulfric, o duque de Bewcastle, aparece nos últimos minutos para salvar o dia – e apoiar o amor do seu irmãozinho. Vivo pelas cenas desse homem!


Ligeiramente Maliciosos é uma história digna das fantasias de Judith: cheia de aventura, emoção e romance. Mary Balogh dá um show no desenvolvimento dos personagens e do relacionamento entre eles, além de criar um cenário deslumbrante com suas descrições. Vale a pena ler esse livro - nem que seja só para babar no duque de Bewcastle.

Em breve, trago a resenha do próximo livro da série. Até lá!



Resenhas anteriores da série Os Bedwyns:
1- Ligeiramente Casados
2- Ligeiramente Maliciosos (atual)
3- Ligeiramente Escandalosos
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024


Resenha: Ligeiramente Casados

Há mais de dois anos não escrevo uma resenha. Como decidi fazer diferente em 2024, vou iniciar hoje uma série de resenhas de uma das minhas séries preferidas de romance de época: Os Bedwyns, de Mary Balogh. São seis livros, cada um contando a história de um dos irmãos Bedwyns, um grupinho de aristocratas geniosos, arrogantes e apaixonantes. Vem comigo conferir o primeiro livro, Ligeiramente Casados, que é maravilhoso e preciso explicar o porquê.
Título: Ligeiramente Casados
Gênero: Romance de época
Autor: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288

Série Os Bedwyns – 1

Sinopse: À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse “Custe o que custar!”. Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum.
Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias.
Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar.
Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados...
Neste primeiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos apresenta à família que conhece o luxo e o poder tão bem quanto a paixão e a ousadia. São quatro irmãos e duas irmãs que, em busca do amor, beiram o escândalo e seduzem a cada página.

Antes de tudo, quero contar minha história com essa série...

Um tempo atrás, lá em 2018, li a sinopse de Ligeiramente Casados em algum lugar. Não lembro que lugar foi esse, só que achei a trama interessante. Mesmo assim, na época, não procurei saber mais. Um tempão depois, já em 2020, lembrei da história e bateu uma vontade enlouquecida de descobrir no que aquilo ia dar. O problema era que eu não sabia o título do livro, muito menos o nome da autora. Acabei pedindo ajuda no meu ponto de referência para romances de época: o instagram Escândalos de Uma Lady. As adms são especialistas e deram uma resposta certeira.
Assim começou minha paixão pelos irmãos Bedwyns!

Agora, voltando à resenha...

O ano é 1814. O senhor Napoleão Bonaparte anda dando dor de cabeça para a Europa. Após uma dura batalha contra o exército francês, o coronel lorde Aidan Bedwyn encontra um dos seus subordinados, Percival Morris, à beira da morte. O último desejo do pobre moribundo é que Aidan leve a notícia de sua morte para a irmã dele e a proteja. “Custe o que custar!” Aidan é um lorde orientado pela honra e dever, por isso não pensa duas vezes antes de se comprometer com o pedido.

E lá vai lorde Aidan para o Solar Ringwood, na Inglaterra, encontrar a irmã de Percival, a senhorita Eve Morris.

Eve vive uma vida pacata ao lado de seus dois filhos adotivos, a tia idosa e um bando de párias da sociedade que, muito caridosamente, ela emprega em sua propriedade. A chegada de Aidan e a notícia da morte de Percival caem como uma bomba no mundinho de Eve. Ela não só perdeu seu amado irmão, como também passa a correr o risco de perder sua casa devido às exigências deixadas no testamento de seu pai. A única forma dela evitar a expropriação é se conseguir um marido em cinco dias.

Lembra que Aidan prometeu protegê-la? Custe o que custar? Pois é...

Os dois concordam em firmar um casamento de conveniência, e é aí que a história começa pra valer.

O romance se desenvolve de forma gradativa, o que é uma das melhores qualidades da escrita de Mary Balogh. Nada de paixão à primeira vista, luxúria automática ou um amor que cega os protagonistas para o resto do mundo. Aidan e Eve são pessoas diferentes, com personalidades, histórias e objetivos próprios. Eles são empurrados para uma situação na qual não estão muito confortáveis, mas se esforçam para fazer dar certo.

E os dois são maravilhosos!

Aidan é a medida certa entre um homem endurecido pela guerra e um ursinho de pelúcia gigante. Ele aceita as decisões de Eve com seriedade e em nenhum momento apela aos “direitos de marido”, como já vi acontecer em vários romances do gênero.

Eve é um show a parte. A mulher tem um coração de ouro, esbanja carisma e vive segundo as próprias regras. Para você ver, ela não era virgem quando conheceu Aidan – o que é uma raridade nas mocinhas de romances de época. Adorei vê-la contar isso ao marido sem panos quentes, depois vibrei por Aidan não se importar com a revelação.

O elenco de personagens secundários também é tudo de bom. Os demais irmãos Bedwyn são Morgan, Alleyne, Freyja, Rannulf e, o mais velho de todos, Wulfric. Eles são devidamente apresentados, mas é Wulfric, o duque de Bewcastle, que rouba a cena ao longo da história. Foco nesse homem!

Ligeiramente Casados é um livro envolvente, com protagonistas bem construídos e um enredo cheio de reviravoltas. Indico a leitura para quem gosta de romances que crescem aos pouquinhos, de página em página. Leia sem medo, não vai se arrepender.

O próximo livro da série é Ligeiramente Maliciosos, protagonizado pelo Rannulf. Trago a resenha em breve!



Resenhas anteriores da série Os Bedwyns:
1- Ligeiramente Casados (atual)
2- Ligeiramente Maliciosos
3- Ligeiramente Escandalosos
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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024


É 2024 e...

Ano novo, vida nova? Eu não iria tão longe, mas há algo que quero fazer esse ano. Para tanto, é hora de fazer algumas coisas diferentes.
Primeiro de tudo, acabei de fazer minhas metas para 2024. E digo acabei porque só delineei as metas anteontem. Vou reservar muita energia para a escrita esse ano. Fiz um cronograma completo com todas as histórias que tenho que tirar do papel - ou da cabeça. O blog também entrou para a lista e assumi como desafio pessoal fazer ao menos uma postagem por mês. Estou feliz por definir isso a tempo de fazer um post ainda em janeiro. Aliás, esse mês teve uns 45 dias, acho que tempo não seria um problema de qualquer forma.

As histórias no meu cronograma para 2024 são aquelas que já estão em algum nível de andamento: Eu sou... Scarlet Flawless e Seven Times I Fell. Duas fanfics, mas já planejei trabalhar em uma história original no Nanowrimo deste ano. É um romance situado em um cenário solarpunk que envolve um relacionamento poliamoroso. Tenho a estrutura do enredo semi-pronta, só falta fazer o rascunho para ver como tudo funciona.

Estou motivada no momento, mas já estou me preparando psicologicamente para os períodos em que escrever será a última coisa que quero fazer. Para esses casos, uma das minhas metas pessoais é diminuir a procrastinação. Não decidi "vencer a procrastinação" pois ainda preciso de prática para entrar nessa batalha. Diminuir é bom, por enquanto.

É isso. Apareço de novo em fevereiro. o/
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