quarta-feira, 27 de março de 2024


Resenha: Ligeiramente Maliciosos

Prontos para a resenha do segundo volume da série Os Bedwyns, da Mary Balogh? Pois eu estou prontíssima! Ligeiramente Maliciosos é uma caixinha de surpresas em forma de livro. Vem comigo que vou te explicar o porquê.
Título: Ligeiramente Maliciosos
Gênero: Romance de época
Autor: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288

Série Os Bedwyns – 2

Sinopse: Após sofrer um acidente com a diligência em que viajava, Judith Law fica presa à beira da estrada no que parece ser o pior dia de sua vida. No entanto, sua sorte muda quando é resgatada por Ralf Bedard, um atraente cavaleiro de sorriso zombeteiro que se prontifica a levá-la até a estalagem mais próxima.
Filha de um rigoroso pastor, Judith vê no convite do Sr. Bedard a chance de experimentar uma aventura e se apresenta como Claire Campbell, uma atriz independente e confiante, a caminho de York para interpretar um novo papel. A atração entre o casal é instantânea e, num jogo de sedução e mentiras, a jovem dama se entrega a uma tórrida e inesquecível noite de amor.
Judith só não desconfia de que não é a única a usar uma identidade falsa. Ralf Bedard é ninguém menos do que lorde Rannulf Bedwyn, irmão do duque de Bewcastle, que partia para Grandmaison Park a fim de cortejar sua futura noiva: a Srta. Julianne Effingham, prima de Judith.
Quando os dois se reencontram e as máscaras caem, eles precisam tomar uma decisão: seguir com seus papéis de acordo com o que todos consideram socialmente aceitável ou se entregar a uma paixão avassaladora?
Neste segundo livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos conquista com mais um capítulo dessa família que, em meio ao deslumbramento da alta sociedade, busca sempre o amor verdadeiro.
Ligeiramente Maliciosos começa nos apresentando a protagonista, Judith Law. Filha de um rigoroso pastor, ela está a caminho da casa da tia, onde uma vida de trabalho gratuito e apagamento social a espera. O primeiro grande problema de Judith é a precária situação financeira de sua família – culpa do irmão mais novo dela. O segundo grande problema de Judith é ter um azar danado.

A mulher tentava deixar a viagem menos pior fantasiando com histórias de romance e aventura quando a diligência tombou no meio da estrada. Viagem interrompida, resta a Judith e os demais passageiros esperar ao relento por ajuda.


É então que surge um homem a cavalo. Este homem é lorde Rannulf Bedwyn, que se encaminha para Grandmaison Park, propriedade de sua avó, para conhecer uma candidata à esposa. Rannulf se oferece para ir até a cidade mais próxima para pedir ajuda aos acidentados. Antes de partir, porém, ele cruza o olhar com Judith e o raio da atração sensual despenca sobre eles.

Rannulf convida Judith para acompanhá-lo. Judith – que é uma azarada, não esqueçam! – considera aquela sua única chance de viver uma aventura de verdade. Ela decide aproveitar o momento e assume a personalidade da mulher que sempre quis ser: uma atriz corajosa, independente e confiante. Ela se apresenta como Clare Campbell, o que reflete a atitude do próprio Rannulf ao omitir seu nome e se apresentar como Ralf Bedard.

Sob o disfarce dessas personas inventadas, Judith e Rannulf embarcam em uma sequência de flertes, que se transformam em beijos, que avançam para compartilhar um quarto e termina com Judith desvirginada na manhã seguinte. O negócio pega fogo! Depois a realidade bate às portas. Judith não pode sustentar a personalidade de Clare Campbell por muito mais tempo. Ela foge de Ralf Bedard, resignada a guardar com carinho a lembrança dos momentos que passaram juntos.

Mas vocês lembram do azar dela? Eu falei do azar dela!

Os dois chegam aos seus respectivos destinos: Judith para ser uma parente pobre na casa da tia; Rannulf para atender o desejo da avó de vê-lo casado. E quem é a futura pretendente de Rannulf? A prima de Judith!


É a partir do segundo encontro deles, dessa vez sem nomes falsos, que a história começa pra valer.

O início de Ligeiramente Maliciosos exemplifica uma das características mais legais da escrita da Mary Balogh. São raros os romances em que o casal começa o livro tendo um caso de uma noite – casual mesmo, sem pensar em amor ou casamento. Acho isso muito divertido, porque o relacionamento encontra um leque diferente de possibilidades para se desenvolver.

Judith e Rannulf precisam lidar com o que aconteceu entre eles enquanto assimilam a verdadeira identidade um do outro. Temos um festival de situações constrangedoras e conversas marcadas por confusão, revolta e desejo reprimido. Eles ainda lidam com as expectativas e limitações impostas por outros personagens. Apesar disso tudo, o laço entre os dois não se rompe. Ao contrário, eles são puxados um para o outro e levados a se conhecer melhor.

Mary Balogh entrega mais um belo romance “queima lenta” para nossa apreciação.


Mas tenho minhas reclamações!

Judith tem uma autoestima rastejante; resultado da criação rígida do pai e uma série de situações que a fizeram concluir que é a mulher mais feia a andar sobre a terra. Nem preciso dizer que isso é uma mentira, né? A querida é ruiva, curvilínea, dos olhos verdes, alvo de cobiça por parte dos homens e inveja por parte das mulheres. Os únicos “defeitos” declarados sobre ela são as sardas e a covinha na bochecha.

Com certeza, existem mulheres lindas que são levadas a se achar feias, porém cada descrição floreada sobre a aparência gloriosa de Judith diminuía a força das crises de baixa autoestima dela. Ela nunca se olhou no espelho? Nunca encontrou outra beldade e percebeu o quanto eram parecidas? Nunca ouviu uma das muitas pessoas que a acham uma beleza extraordinária?

Então tá bom.


Preciso admitir, Rannulf não é meu irmão Bedwyn preferido. Sei lá, a personalidade dele é meio não cheira nem fede... Wulfric é o mandachuva de temperamento frio; Aidan é o obstinado cumpridor do dever; Freyja é a cavalona sem apego as normas; Alleyne é o bonitão galanteador; e Morgan é a futura destruidora de corações. O que sobra pro Rannulf?

Ele funciona nesse livro, porque o enredo traz vários personagens marcantes para compensar a falta de sal desse homem. De exemplo, deixo a Judith e a avó dela, que é uma senhorinha pra lá de engraçada. A história é dinâmica e interessante apesar do Rannulf, não por causa dele.

O desfecho do livro é cheio de tensão e reviravoltas. Assim como no livro anterior, Wulfric, o duque de Bewcastle, aparece nos últimos minutos para salvar o dia – e apoiar o amor do seu irmãozinho. Vivo pelas cenas desse homem!


Ligeiramente Maliciosos é uma história digna das fantasias de Judith: cheia de aventura, emoção e romance. Mary Balogh dá um show no desenvolvimento dos personagens e do relacionamento entre eles, além de criar um cenário deslumbrante com suas descrições. Vale a pena ler esse livro - nem que seja só para babar no duque de Bewcastle.

Em breve, trago a resenha do próximo livro da série. Até lá!



Resenhas anteriores da série Os Bedwyns:
1- Ligeiramente Casados
2- Ligeiramente Maliciosos (atual)
3- Ligeiramente Escandalosos
4- Ligeiramente Seduzidos
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