quarta-feira, 15 de abril de 2020


Sobre escrever... #3

Sinto que é o momento de voltar a trabalhar no rascunho de Eu sou... Scarlet Mills. O plano era iniciar esse processo no início de abril, mas 2020 está sendo tijolada atrás de tijolada e o ato de planejar se tornou meio... bleh. Mas, estando de quarentena, parece um desperdício de tempo ficar apenas lendo e babando nas histórias dos outros, apesar de ser exatamente o que quero fazer. Eu devia, pelo menos, tentar escrever.

Não lembro se já comentei por aqui o fato de sofrer um boom criativo sempre que estou emocionalmente instável. Tenho muitas ideias rondando minha mente agora. Tantas que me vejo saturada pelos meus próprios pensamentos. Fico feliz em imaginar enredos, personagens, cenas, diálogos; tudo com potencial fantástico aos meus olhos, porém não encontro em mim capacidade para transformá-los em histórias concretas, escritas. A frustração cresce, a instabilidade, também, então novas ideias surgem para substituir as antigas e o círculo da procrastinação se completa. Tenho vontade de me dar um soco.

Às vezes, me sinto cheia de motivação. Ontem à noite mal consegui dormir após encontrar uma matéria que oferecia bases para o passado de uma personagem que estou desenvolvendo. Fiquei até as duas da manhã sonhando com a forma que descreveria as passagens que ocupavam minha cabeça. Dormi, acordei e a motivação passou. A frustração veio substituí-la e o desanimo bateu com força.

Ainda nesta manhã, uma postagem do grupo Nyah! Fanfiction do Facebook me levou de volta a questão do porquê me importo tanto em escrever. A publicação pedia que os membros citassem um livro ou filme que achassem que só eles leram ou assistiram. Foram mais de 500 comentários, em sua maioria esmagadora, com títulos de autores estrangeiros. Achei curioso até lembrar que no Brasil é mais fácil consumir o conteúdo de fora do que o nacional. Na crista desse pensamento veio a sensação que, por mais que eu me esforce bastante para desenvolver, editar e publicar um livro, minhas chances de ser lida são mínimas. Então por que me importo tanto em escrever?

A verdade é que não tenho encontrado prazer em escrever minhas histórias ultimamente. Mesmo assim, aqui está o sentimento constante de que deveria aproveitar esse período para trabalhar no rascunho de Scarlet Mills. Estou perdendo tempo lendo e imaginando coisas quando deveria estar produzindo. Mas, que saco, eu só quero ler e imaginar!

Encontrei fanfics tão legais no AO3, os autores lá são tão criativos e bons no que fazem. Me inspiram a explorar novas perspectivas, outros formatos de narrativa e jeitos diferentes de construir um capítulo – tudo na minha cabeça. Sou absorvida pelos enredos e possibilidades e é o suficiente. Isso me satisfaz.

Eu queria, e ainda quero, voltar a trabalhar em Scarlet Mills e todas os outros plots que estão na minha lista de ideias. Porém acho que a frustração diminuirá se eu for sincera com meus sentimentos e admitir, mesmo que me entristeça, que não quero escrever. Apenas não quero. Talvez esse seja o primeiro passo para quebrar o maldito círculo da procrastinação.

Arquivo pessoal - Foto tirada no Memorial Minas Gerais Vale

Ok, o desabafo foi feito, vou voltar para minhas leituras. Tchau, tchau!
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