quarta-feira, 15 de agosto de 2018


Época de Ouro

Respectivamente hoje, estarei saindo de Porto Alegre rumo à próxima parada do Projeto Preciosas. Diariamente, faço postagens no Instagram com registros da viagem. Para acompanhar, é só seguir o @lljjblog ou dar uma olhada na caixa de imagens no canto esquerdo do blog.

Como fiquei devendo uma impressão mais aprofundada sobre a capital gaúcha decidi mesclar esta postagem com a série Meus Jeans Viajantes. E a citação tema é:

Que a época de ouro se inicie!

Quarta-feira passada, quando cheguei em Porto Alegre, uma chuva chatinha começou bem na hora em que sai do aeroporto. Eu já vinha de uma semana chuvosa no Rio de Janeiro, parecia que as nuvens de mal tempo haviam me perseguido país afora.

Você já viveu um amor impossível?

Fui para a casa de uma anfitriã que conheci pela plataforma Couchsurfing. Para quem não conhece, o Couchsurfing é um site que reúne anfitriões, ou couchs, dispostos a hospedar viajantes gratuitamente. Era a minha primeira experiência com esse tipo de hospedagem e, no início, fiquei sem saber como agir na casa de uma pessoa que não era parente ou amiga próxima. Mas, no mesmo dia da minha chegada, a anfitriã me levou para fazer um passeio pelo centro da cidade. A pé, visitamos alguns dos vários museus que compõe o cenário cultural de Poa; circulamos por ruas que eu só conhecia pelo Google Maps; e comemos uma banana split no Mercado Municipal. Aliás, tive uma surpresa muito gostosa ao provar da nata que colocam no sorvete. Meu conceito de nata era bem limitado. Agora, pretendo carregar um estoque comigo para o Rio de Janeiro – não tenho certeza se encontrarei por lá...

O creme de nata é supimpa!

Ao voltarmos para casa, um laço de afinidade já havia se formado entre eu e a anfitriã. Ela é vegetariana, o que me fez entrar em contato com outra surpresa: em Porto Alegre há VÁRIOS restaurantes de comida vegetariana e vegana. Conheci uns três onde o cardápio era só nesse estilo, mas até os restaurantes mais populares tem pratos específicos sem derivados de animais. Por conta de todo o estereotipo entre gaúcho e churrasco, fiquei encantadíssima com essa nova perspectiva gastronômica apresentada. Abaixo são as fotos do restaurante Mantra, de comida indiana e saudável. Tudo no prato é vegano!

Prato vegano do restaurante Mantra, em Porto Alegre

Na sexta-feira, realizei uma troca de anfitriã. Fui para a casa de um casal animado e divertido, com o qual passei os últimos seis dias. Eu ficaria horas aqui narrando tudo o que fizemos juntos! Foram passeios de carro, a pé e de bicicleta; na parte da tarde ou da noite, porque de manhã dormíamos após conversarmos até de madrugada. Nos entupimos de doce em uma cafeteria, fizemos compras numa feira e fomos ao estádio Arena para ver o jogo do Grêmio no último domingo. Eles me ensinaram mais do que imaginei aprender, me levaram por lugares que não imaginei encontrar. A etiqueta do chimarrão será uma lição para o resto da vida – até comprei minha própria cuia! –, e a caminhada noturna pela Orla do Guaíba foi uma experiência memorável.

Vista noturna da área revitalizada da Orla do Guaíba

Também tive encontros especiais com outras pessoas. Conheci um professor de história sensacional que, em pouco mais de uma hora, me deu uma verdadeira aula sobre a história gaúcha, além de me emprestar vários livros como referências. Acompanhada de amigos do Couchsurfing, comi um xis – hambúrguer no Rio – que continha todas as carnes imagináveis, até coração de galinha! Conversei com um ilustrador/designer cujo trabalho fez meus olhos brilharem, e encontrei uma pesquisadora que está elaborando uma tese sobre um assunto importantíssimo – tanto para mim, quanto para a sociedade em geral.


Definitivamente, Porto Alegre superou minhas expectativas. A escritora em mim está exultante com a quantidade de material que conseguiu reunir, e a viajante está satisfeita com tudo o que pôde conhecer. É engraçado, mas, logo que cheguei, senti como se sempre estivesse estado aqui. Como se a cidade fosse uma extensão do Rio, ou mesmo da minha casa. A qualquer momento eu poderia passar na minha rua, ver a minha irmã e constatar se minha gata está bem. Não sei o que isso significa, embora ache que deve significar algo...


Daqui para frente, começarei a subir a Serra Gaúcha. Trocarei as ruas cheias de carro, ladeadas por prédios, por aquelas que cortam os vales. O frio provavelmente vai aumentar, assim como esse meu desejo de seguir em frente, essa vontade quase incontrolável de descobrir o que o amanhã guarda.

Meu roteiro está tão fluído quanto minha imaginação. Posso ir a qualquer lugar e essa consciência é estranha após uma vida inteira partindo do ponto A para o ponto B. Por isso, ouso dizer que vivo a época de ouro. Minha época de ouro, afinal, quando terei outra oportunidade para ser tão... livre?
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Comentários
1

Um comentário:

  1. Com certeza os encantos e belezas do Sul marcaram essa etapa de sua vida.
    Aguarde para muito mais.

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