domingo, 28 de outubro de 2018


Do Mirante Gelain para a Serra Gaúcha: Antônio Prado

Ainda na fase pré-viagem um rapaz no Couchsurfing me disse: “Se tu pretende conhecer a cultura italiana precisa ir a Antônio Prado, a cidade mais italiana do Brasil”. Pesquisei um pouco sobre, me animei a visitar, porém percebi que ficaria fora do meu roteiro. Acabei deixando a ideia de lado... até chegar no Mirante Gelain.

Como falei no post Do Mirante Gelain para a Serra Gaúcha: Nova Pádua e Flores da Cunha, o Marcos, meu anfitrião, foi mochileiro por muitos anos. Viajar está no sangue dele, por isso nenhuma oportunidade para um bate e volta nas proximidades de Flores da Cunha é desperdiçada. Tendo tempo livre, ele apenas vai.

Para minha sorte, ele sugeriu uma ida a Antônio Prado no dia de folga do Mirante. Para meu azar, nesse dia choveu MU-IN-TO. Mas nós fomos!


Deu um certo medinho andar nas estradas molhadas da Serra. Caminhões carregados cruzavam ao redor. Até passamos por um acidente no caminho. Tudo ao som da playlist que eu havia criado no Spotify, que incluía músicas do Cazuza, Beyoncé, Anitta, Amy Winehouse e, lógico, Lulu Santos:


Chegamos no centro histórico de Antônio Prado debaixo de uma chuva cada vez mais forte. Só depois de estacionar que percebemos que nenhum de nós havia levado guarda-chuva...


O jeito foi correr e buscar abrigo sob as fachadas dos casarões. Uma tática nada eficaz quando casarões antigos não possuem fachadas tão grandes. Resumindo: nos molhamos. Mas estarmos molhados foi a desculpa perfeita para entrar na primeira cafeteria que encontramos e pedir um chocolate quente de respeito. O chantili era feito na hora!


Abastecidos de calor e açúcar, voltamos a encarar a chuva. Corremos até a Igreja Matriz, que estava vazia e silenciosa como a maioria das igrejas que visitei durante a viagem. A diferença dessa vez foi a presença do Marcos. Sozinho, ele conseguia encher toda a nave.


Da Igreja Matriz é possível ter uma visão privilegiada do centro histórico. Lembro de ter perguntado para o Marcos se aquele era mesmo um retrato da Itália – um dos muitos destinos dele. Ele respondeu que a Itália era mais bonita. Eu pensei: “É possível ser mais bonito que isso?” E olha que o clima estava horroroso.


A chuva e o frio diminui drasticamente nossas opções de passeio. O Museu Municipal, ali mesmo no centro histórico, estava fechado – era segunda-feira. Visitamos a Gruta Natural por pura força de vontade. Depois, regressamos à Flores da Cunha.

Refletindo agora, tendo concluído a viagem e podendo analisá-la como um todo, percebo que as melhores partes, as mais emocionantes e marcantes, se concentraram ao longo do caminho percorrido, e não no simples destino alcançado. Até hoje, se fechar os olhos e puxar na mente, consigo sentir a chuva molhando meus cabelos.
Compartilhe
Comentários
0

0 comentários:

 
lljj. - COPYRIGHT © 2018 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
LAYOUT E PROGRAMAÇÃO HR Criações