Bagunça

Mais uma postagem para a série Meus Jeans Viajantes, e a citação-tema desta semana é tradução literal do que tenho feito com a minha vida.

Tem dias que acordo cedinho, desligo o alarme do despertador e volto a dormir. Quando acordo novamente, lá para meados da manhã, olho para o teto e me pergunto: O que diabos estou fazendo? Acredito que não há mais nenhuma regra da vida padrão que eu já não tenha quebrado. Estou suspensa no ar, mantida unicamente pela força da minha teimosia.

Eu fiz uma bagunça enorme, tão complexa que quase me orgulho.

Sentada na minha cadeira de balanço, com a Kikuchi aos meus pés e uma música suave de fundo, me assusta o quanto aprecio esse caos. Os dias passam rápido, o tempo corre como num sonho frenético e, mesmo assim, o mundo gira em câmera lenta, a vida segue um ritmo constante e tedioso. Me balanço na cadeira, afago a cabeça da Kikuchi e penso em fazer brigadeiro. Será que tem leite condessado?

Há um grande cronômetro no meu cérebro, no entanto. A contagem regressiva está rolando, o momento de pegar a vassoura e começar a faxina se aproxima preguiçosamente. Nem sei por onde devo começar... Procurar um emprego? Voltar para a faculdade? Escrever Pérola?

Canso só de pensar.

Tenho mais um dia, e outro após este, e mais alguns na sequência. Quero pedir uma pizza, chamar meu pai para comer e rir como se não houvesse problemas, aproveitar o cenário caótico enquanto posso mantê-lo. É opressoramente libertador.

Uma bela bagunça.