Estava ansiosa para postar essa resenha! Tenho um relacionamento conturbado com a série Senhores do Mundo Subterrâneo, da Gena Showalter. Já li todos os livros, além dos contos e séries relacionadas. Como estou ansiosa para o próximo lançamento, resolvi reler todos os CATORZE livros para relembrar tudo o que me fez amar – e odiar – essa série. Gente, socorro!
A Noite Mais Sombria é o volume de ingresso nesse intrincado mundo criado pela Gena. Nele, conhecemos os atormentados – e sexys – guerreiros imortais que sofrem as consequências de um erro fatal: abrir a caixa de Pandora, libertando seus terríveis demônios. Como punição, cada um dos doze guerreiros foi possuído por um dos demônios, tornando-se, assim, um Senhor do Submundo.
A história causa certo estranhamento no início, mas é exatamente isso que a deixa tão original. A forma com que cada demônio se manifesta é diferente e... peculiar. Maddox, nosso protagonista da vez, é possuído pela entidade da violência. Por mais que sua personalidade seja mais “na dele”, o espírito o torna temperamental ao extremo, com risco de explosões sangrentas; com muitos socos, xingamentos e uma ou outra facada. Ninguém admira o fato do cara se considerar perigoso demais para ter um relacionamento romântico, afinal, ele é!
Mas aqui estamos em um romance. Mais que isso: um romance com o selo Gena Showalter das Cenas Quentes. Então é lógico que há uma mocinha pronta para contestar todas as inaptidões de Maddox, e o nome dela é Ashlyn – ele encontrou ela no Tinder, não é a sua namorada, mas poderia ser.
Numa bela noite... ou melhor, numa noite horrorosa, com neve, escuridão e a morte na espreita, Ashlyn Darrow resolve ir ao castelo em que vivem homens com poderes inexplicáveis. A própria Ashlyn possui um poder inexplicável. Sua habilidade de ouvir todas as conversas, presente e passado, já ditas em determinado local é incrível no quesito originalidade, mas uma merda para a pessoa que não consegue silenciar as vozes. É para conseguir ajuda que ela vai, desesperada, à casa dos Senhores.
Para o azar – ou sorte – dela, eles não são muito receptíveis com humanos devido a séculos de perseguição, então Maddox é enviado para localizar e obliterar qualquer ameaça que estiver fuçando seu quintal. É aí que os dois se encontram... e eu começo a torcer o nariz.
A autora ganha pontos em diversas categorias: vocabulário, descrição, criatividade, personagens, diálogos e mais uma penca que ainda estou para listar, mas a parte que menos me atrai em seus livros é exatamente o que os caracteriza: o romance. Não é que seja ruim, longe disso, só que poderia ser melhor – e menos agressivo.
No caso de Ashlyn e Maddox, não vemos o clichê do amor à primeira vista, e sim uma versão hard da luxúria elevada a quinta potência dos corpos carnais ao primeiro contato visual. Cinco segundos depois de se trombarem eles já querem arrancar a roupa um do outro.
Ok, esse é um recurso comum – e irritante – dos romances eróticos. O que me deixa particularmente decepcionada com a Gena é o fato da maldição que faz Maddox morrer e ir para o inferno toda a santa noite parecer mais crível do que ele pensar isso em apenas dois dias com a Ashlyn:
Cara, dois dias! Na verdade, um pouco mais de 24 horas; e o homem já ameaça se virar contra os amigos que têm o acompanhado há milhares de anos por causa da mulher. É forçado demais para eu engolir.
Em contrapartida, enquanto o romance oscila entre o frustrante e o Como assim?!, a parte da fantasia sobrenatural surpreende com seus desdobramentos. O plano de fundo do enredo é frenético, há luta, ameaças, maldições, poderes irados e muitos mistérios. Podemos conhecer a perspectiva de outras personagens além dos protagonistas, o que incrementa a história.
E o destaque do livro, sem dúvida, são as personagens.
Temos várias, e a autora foi brilhante ao apresentá-las. Você termina o livro com uma imagem de quem é quem apesar da quantidade. Os Senhores concentram todo o foco, e não é para menos, eles arrasam.
As interações entre Maddox, Torin (Doença), Reyes (Dor), Lucien (Morte), Aeron (Ira) e Paris (Promiscuidade) são minhas partes preferidas do livro – de todos ao longo da série. Eles se protegem, se aconselham, se espancam e dão aquela forcinha para o casal ficar junto no final. Tudo isso com cada um sentindo o efeito do seu respectivo demônio.
Na segunda parte da história, conhecemos o restante dos Senhores que, por conta de uma desavença interna, haviam formado um grupo separado. Sabin (Dúvida), Strider (Derrota), Gideon (Mentira), Cameo (Tristeza), Kane (Desastre) e Amun (Segredos) chegam trazendo revelações e muito mais ação à trama.
É maravilhoso saber que todos os guerreiros já receberam seus próprios livros. Seria perfeito se a Harlequin Brasil não tivesse interrompido as traduções após o volume seis. Não encontrei nenhuma previsão de retomada da série...
Senhores do Submundo é uma série adulta, que conta com cenas explícitas e muita ação. O primeiro livro deixa a desejar no desenvolvimento do romance, mas o universo é altamente fértil e atrativo – e, admito, sensual. As personagens são cativantes, vale conhecer cada uma delas. E, se depender de mim, vocês vão. ;)
Resenhas anteriores da série Senhores do Mundo Subterrâneo:
1- A Noite Mais Sombria (atual)
2- O Beijo Mais Sombrio
3- O Prazer Mais Sombrio
4- O Sussurro Mais Sombrio
5- A Paixão Mais Sombria
6- A Mentira Mais Sombria
7- O Segredo Mais Sombrio
Título: A Noite Mais Sombria
Gênero: Romance sobrenatural
Autor: Gena Showalter
Editora: Harlequin Books
Páginas: 283
Série Senhores do Mundo Subterrâneo* – 1
Sinopse: Muitos milênios atrás, quando os deuses habitavam o mundo, doze guerreiros gregos assassinaram Pandora e violaram a caixa que ela protegia, libertando os demônios nela confinados. Condenados pelos deuses a serem guardiões desses espíritos pela eternidade, eles precisam sair em busca da única relíquia com poder de dar fim ao seu sofrimento – ainda que possa destruí-los.
Ashlyn Darrow sempre fora atormentada por vozes de diversas épocas, sobrepostas, interligadas, vindas de todas as direções, causando-lhe profundo sofrimento. Só havia um lugar onde ela talvez pudesse encontrar a cura para seu mal: a misteriosa fortaleza habitada pelos imortais, em Budapeste. Homens com poderes extraordinários, cada um carregava em si um dos demônios libertados da caixa de Pandora. Porém, somente Maddox, o guerreiro castigado com a mais cruel de todas as maldições, seria capaz de livrar Ashlyn de seu desespero. Morrendo todas as noites e renascendo à alvorada, o guardião do demônio Violência agonizava com o desejo de tocar Ashlyn, mas receava perder o controle sobre o espírito maligno e se tornar uma ameaça para ela.
*Senhores do Mundo Subterrâneo foi o título que a série recebeu no Brasil, porém eu prefiro chamá-la de Senhores do Submundo, que é mais simples e a tradução literal do título original, Lords of the Underworld. Não estranhem caso eu troque.
A Noite Mais Sombria é o volume de ingresso nesse intrincado mundo criado pela Gena. Nele, conhecemos os atormentados – e sexys – guerreiros imortais que sofrem as consequências de um erro fatal: abrir a caixa de Pandora, libertando seus terríveis demônios. Como punição, cada um dos doze guerreiros foi possuído por um dos demônios, tornando-se, assim, um Senhor do Submundo.
A história causa certo estranhamento no início, mas é exatamente isso que a deixa tão original. A forma com que cada demônio se manifesta é diferente e... peculiar. Maddox, nosso protagonista da vez, é possuído pela entidade da violência. Por mais que sua personalidade seja mais “na dele”, o espírito o torna temperamental ao extremo, com risco de explosões sangrentas; com muitos socos, xingamentos e uma ou outra facada. Ninguém admira o fato do cara se considerar perigoso demais para ter um relacionamento romântico, afinal, ele é!
Mas aqui estamos em um romance. Mais que isso: um romance com o selo Gena Showalter das Cenas Quentes. Então é lógico que há uma mocinha pronta para contestar todas as inaptidões de Maddox, e o nome dela é Ashlyn – ele encontrou ela no Tinder, não é a sua namorada, mas poderia ser.
Numa bela noite... ou melhor, numa noite horrorosa, com neve, escuridão e a morte na espreita, Ashlyn Darrow resolve ir ao castelo em que vivem homens com poderes inexplicáveis. A própria Ashlyn possui um poder inexplicável. Sua habilidade de ouvir todas as conversas, presente e passado, já ditas em determinado local é incrível no quesito originalidade, mas uma merda para a pessoa que não consegue silenciar as vozes. É para conseguir ajuda que ela vai, desesperada, à casa dos Senhores.
Para o azar – ou sorte – dela, eles não são muito receptíveis com humanos devido a séculos de perseguição, então Maddox é enviado para localizar e obliterar qualquer ameaça que estiver fuçando seu quintal. É aí que os dois se encontram... e eu começo a torcer o nariz.
A autora ganha pontos em diversas categorias: vocabulário, descrição, criatividade, personagens, diálogos e mais uma penca que ainda estou para listar, mas a parte que menos me atrai em seus livros é exatamente o que os caracteriza: o romance. Não é que seja ruim, longe disso, só que poderia ser melhor – e menos agressivo.
No caso de Ashlyn e Maddox, não vemos o clichê do amor à primeira vista, e sim uma versão hard da luxúria elevada a quinta potência dos corpos carnais ao primeiro contato visual. Cinco segundos depois de se trombarem eles já querem arrancar a roupa um do outro.
Ok, esse é um recurso comum – e irritante – dos romances eróticos. O que me deixa particularmente decepcionada com a Gena é o fato da maldição que faz Maddox morrer e ir para o inferno toda a santa noite parecer mais crível do que ele pensar isso em apenas dois dias com a Ashlyn:
Cara, dois dias! Na verdade, um pouco mais de 24 horas; e o homem já ameaça se virar contra os amigos que têm o acompanhado há milhares de anos por causa da mulher. É forçado demais para eu engolir.
Em contrapartida, enquanto o romance oscila entre o frustrante e o Como assim?!, a parte da fantasia sobrenatural surpreende com seus desdobramentos. O plano de fundo do enredo é frenético, há luta, ameaças, maldições, poderes irados e muitos mistérios. Podemos conhecer a perspectiva de outras personagens além dos protagonistas, o que incrementa a história.
E o destaque do livro, sem dúvida, são as personagens.
Temos várias, e a autora foi brilhante ao apresentá-las. Você termina o livro com uma imagem de quem é quem apesar da quantidade. Os Senhores concentram todo o foco, e não é para menos, eles arrasam.
As interações entre Maddox, Torin (Doença), Reyes (Dor), Lucien (Morte), Aeron (Ira) e Paris (Promiscuidade) são minhas partes preferidas do livro – de todos ao longo da série. Eles se protegem, se aconselham, se espancam e dão aquela forcinha para o casal ficar junto no final. Tudo isso com cada um sentindo o efeito do seu respectivo demônio.
Na segunda parte da história, conhecemos o restante dos Senhores que, por conta de uma desavença interna, haviam formado um grupo separado. Sabin (Dúvida), Strider (Derrota), Gideon (Mentira), Cameo (Tristeza), Kane (Desastre) e Amun (Segredos) chegam trazendo revelações e muito mais ação à trama.
É maravilhoso saber que todos os guerreiros já receberam seus próprios livros. Seria perfeito se a Harlequin Brasil não tivesse interrompido as traduções após o volume seis. Não encontrei nenhuma previsão de retomada da série...
Senhores do Submundo é uma série adulta, que conta com cenas explícitas e muita ação. O primeiro livro deixa a desejar no desenvolvimento do romance, mas o universo é altamente fértil e atrativo – e, admito, sensual. As personagens são cativantes, vale conhecer cada uma delas. E, se depender de mim, vocês vão. ;)
Resenhas anteriores da série Senhores do Mundo Subterrâneo:
1- A Noite Mais Sombria (atual)
2- O Beijo Mais Sombrio
3- O Prazer Mais Sombrio
4- O Sussurro Mais Sombrio
5- A Paixão Mais Sombria
6- A Mentira Mais Sombria
7- O Segredo Mais Sombrio
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