quinta-feira, 31 de outubro de 2019


Vitória – Desafio Drabble 2019

Aconteceu. Realmente aconteceu. Eu conclui uma história! Acabei de postar o trigésimo primeiro capítulo de Não estou pronta. Fechei o enredo, o mês e o desafio do Nyah. Redondinho, bonitinho, encerrado! Agora vou gastar de falar dessa experiência!


Por mais animada que estivesse no post Desafio Drabble 2019, a saga de uma escritora, eu ainda não estava confiante de que completaria o mês. Meu histórico com histórias abandonadas me condena. Também me sentia estranha por escrever um plot tão “recente” na minha cabeça. O primeiro rascunho do que seria o enredo de Não estou pronta saiu dia 30/08. Depois de escrito, deixei ele amontoado com as outras dúzias de ideias que não me sinto apta a desenvolver. Só lembrei dele ao ver o tema do desafio do Nyah, já no dia 26/09. A partir daí foi uma correria para tornar o material bruto algo uniforme e agradável a leitura.

Eu nem sabia do que se tratava um desafio de drabbles. Na real, só entendi mesmo o que é um drabble ao entrar no grupo do facebook e ver o pessoal explicar. Quando os participantes começaram a falar de trocas de leitura e acompanhamentos, fiquei perdidinha. Segui o fluxo da galera e, logo no dia 01/10, topei fazer trocas com oito autores diferentes. Como não sou muito burra, aprendi rápido que essas parcerias eram uma fonte de incentivos mútuos através de comentários. É tipo a melhor coisa já criada num site de fanfics!

Dos oito autores com quem firmei trocas, cinco chegaram à reta final. Essas cinco pessoas marcaram presença quase diária nos meus capítulos ao longo do mês. Contar com o feedback delas foi sensacional. Sério, as trocas deveriam ser uma prática cotidiana do universo fanfiqueiro – talvez até sejam e eu que esteja por fora. Ter a certeza que, pelo menos, uma pessoa lerá seu texto e se disponibilizará a comentá-lo é como... sei lá. Só sei que isso me deixou muito feliz.

E, falando em comentários, o que foi isso minha gente?!


Mais de 440 comentários! E uma recomendação linda de morrer ali do lado! Estou boba. Em choque. Estupefata. Incrédula. Embasbacada. Exultante. Jubilosa. Que nem pinto no lixo. Me sentindo a versão feminina de Paulo Coelho, recordista em vendas e que está prestes a fechar contrato com a Netflix. Essa sou eu:


Estabeleci uma rotina diária de escrever meu capítulo, postar, comentar nas histórias dos outros e já voltar para responder os meus comentários recebidos, porque eles chegavam de minuto em minuto. O ritmo diminuiu com o passar das semanas, mas a quantidade de leitores ativos aqueceu meu coração todos os dias. Queria dar um beijo e um abraço em cada um deles.

Se vocês vieram aqui, obrigada! Vamos marcar um churrasco qualquer dia.


Sobre as histórias, eu comecei o mês com o pensamento fixo de só ler drabbles originais. Os autores que escrevem em fandom costumam ter mais probabilidade de retorno, enquanto as originais ficam mofando num cantinho – é experiência própria que chama, né? Porém, quando uma coisa é boa, é boa, então acabei cedendo espaço no meu coração para fanfics de animes, filmes e séries. Montei uma lista de acompanhamentos que passa de vinte histórias. A maioria esmagadora possui uma qualidade invejável, seja na escrita, criatividade, personagens, temáticas, etc. Farei um post dedicado a elas na próxima semana.

Agora, deixa eu falar de Não estou pronta, minha PRIMEIRA HISTÓRIA CONCLUÍDA!!!!


Eu contei pouco do enredo no outro post. O medo de prometer demais e não cumprir era grande. Agora posso me refestelar, porque o trabalho está completo e, meu Deus, estou satisfeita com o resultado! Quem diria?

O tema “Proibidão do Nyah!: o cão é muito bem articulado” acionou cada sinapse do meu cérebro. O objetivo era escrever sobre assuntos tabus. Há tempos eu queria desenvolver algo sobre mulheres que não se enquadram na maternidade. A fome encontrou a vontade de comer, assim surgiu Daiara, minha protagonista pra lá de reprovável aos olhos da sociedade.

Daiara, uma mulher no auge dos 25 anos, vê sua vida virar de ponta cabeça ao se tornar responsável por seus três sobrinhos após a morte da irmã. Ela nunca desejou tal responsabilidade, sua experiência com crianças é nula e sua personalidade é... peculiar. Mesmo reconhecendo suas limitações para a tarefa, ela cede à pressão feita pelo conselho tutelar, pela sobrinha e por sua própria consciência, que lhe diz que cuidar dessas três crianças abandonadas é a coisa certa. E, meus queridos, essa decisão é uma merda.

Daiara não tem nenhuma noção do que está fazendo. É chocante perceber o quanto ela foge do molde “carinhosa mãe substituta para órfãos tristes”. A quebra de expectativas rendeu comentários inflamados contra ela por parte dos leitores. Houve poucas concessões para os seus erros, mesmo que desde o início tenha ficado claro o quanto ela estava desconfortável naquela posição.

Curiosamente, até o penúltimo capítulo recebi comentários que afirmavam que Daiara devia, sim, cuidar dos sobrinhos. O que além de ignorar o quanto a relação entre ela e as crianças se tornou tóxica com o tempo, também anula o poder de escolha da própria Daiara. Afinal, se há uma outra opção, porque ela deveria ser obrigada a fazer algo que não está pronta para fazer?

Acredito que o que mais causou estranhamento aos leitores foi perceber que a evolução da Daiara está desvinculada do famigerado “instinto maternal”. Ela mostra que uma mulher não precisa assumir o posto de mãe para ser uma versão melhor de si mesma.

Saindo da questão mulherXmaternidade, um dos pilares da história foi a relação conturbada de Daiara e sua sobrinha mais velha, Maíra. Elas foram o pontapé inicial para o plot. A ideia de uma adulta bem louca convivendo com uma menina super responsável é interessante demais aos meus olhos. Eu bolei várias cenas em que a Daiara se metia em problemas e a Maíra acabava sendo a única capaz de resolvê-los. A maioria ficou de fora do enredo por conta dos limites do desafio, mas estão no meu coração.

Para escrever as cenas mais tensas entre elas eu tive inspiração musical. Uma trilha sonora básica que caiu como uma luva na história. A primeira música, que foi um dos apoios para construção da narrativa, é Because of You, da Kelly Clarkson. Um hino facilmente reconhecível.


“Eu não vou cometer os mesmos erros que você cometeu
Não vou me deixar levar e causar tanto sofrimento ao meu coração”

Esse trecho representa a Daiara como um todo. E Maíra flutuava pelo mesmo pensamento. As duas são reflexos do que fizeram com elas. A mágoa, insegurança e medo estão bem ali, borbulhando. Juntas, elas produzem uma bagunça desforme de sentimentos não falados e expectativas frustradas. Uma relação bem representada na letra de Stay, da Rihanna.


“Engraçado, você é quem está destruído, mas eu sou a única que precisa ser salva
Porque quando nunca se vê a luz, é difícil saber qual de nós está desabando”

Qual das duas poderia dizer isso para a outra? Daiara? Maíra? Ambas simultaneamente? Nem sei...

Mas o fim da história trouxe boas conclusões a meu ver. Não é à toa que a música que o inspirou foi Estou Pronto, de Paulo Miklos. É com ela que encerro esse post e me despeço de Não estou pronta.

Daiara, Maíra, Maicom, Vitória, a icônica Sandra Minerva, foi um prazer trabalhar com vocês. Aos meus queridos leitores, parceiras de trocas e companheiros de desafio, obrigada por terem acompanhado essa jornada tão especial. Até!




Atualização:

No dia 01/11 o grupo Nyah! Fanfiction lançou o Desafio Spin-off para as drabbles concluídas. Uma ideia já estava na minha cabeça, então logo surgiu Para minha tia, um spin-off de Não estou pronta. Informações e link abaixo.

O momento até podia ser especial, mas o presente que Vitória daria a sua tia era muito mais.

Para ler, clique aqui.



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