quarta-feira, 25 de julho de 2018


Uma história para levar na mochila

Continuando a série Meus Jeans Viajantes, trago a citação-tema desta semana. Prontos? Então vamos lá!
Oh! Quem poderá saber? Seja poupado aquele cujo coração tentou.

Comecei a arrumar as malas... Ou melhor, as mochilas.

Minhas mochilas levam mais histórias que roupas
Meses atrás, quando aprendi sobre a utilidade das mochilas-cargueiras, fiquei alucinada com a quantidade de marcas e modelos. Devo o aprendizado – e parte da loucura – aos tópicos do fórum Mochileiros.com. Meu processo de pesquisa era mais ou menos assim: buscava as mochilas com melhores avaliações em sites → escolhia a marca que trazia mais vantagens → procurava um modelo que se adequasse à minha viagem → escolhia a mochila → pesquisava os comentários sobre ela no fórum → achava uma penca de opiniões negativas → desistia da escolha e voltava a pesquisar…

Quanto mais demorava para escolher, mais informações – e dúvidas – surgiam para me atormentar. Fiquei presa nesse círculo de pesquisa e indecisão até meados de maio, quando optei por um modelo Escape da Quechua, adaptado ao corpo feminino.


Um peso saiu das minhas costas ao fazer o pedido no site da Decatlon. Recebia as atualizações de entrega sentindo a expectativa de um pai que vai encontrar seu filho – sim, sou exagerada. Quando a mochila foi enviada para a loja em que seria retirada, estourou a greve dos caminhoneiros. A pobrezinha ficou presa em alguma BR; eu fiquei assim:

Os dias se encheram de arrependimento, angústia e tensão enquanto eu ligava de hora em hora para a loja. Ninguém conseguia dar perspectivas de entrega. Quase quinze dias depois de ter feito o pedido, liguei para a central de atendimento solicitando o cancelamento da compra. Dada a situação do estado, que na época estava caótico com a falta de combustível, as lojas aceitavam cancelar até os pedidos fora do prazo. Porém a atendente me ofereceu outra opção: ela transferiria o pagamento para uma mochila que já estivesse no estoque da loja, assim eu só precisaria ir buscar. Enxergando a luz no fim do túnel, topei. Só que essa luz, na verdade, era um trem que vinha na minha direção, pois a mochila não estava no estoque.

Foi isso o que ouvi quando cheguei na loja. Era noite, tinha ido direto do trabalho, e corria o risco de não encontrar ônibus para voltar para casa. O desespero bateu com força, ainda mais ao constatar como as prateleiras estavam vazias e os corredores desertos. Mesmo assim, pedi que fizessem uma busca mais apurada, até me candidatei a ajudar. Era meu suado dinheirinho que estava em jogo.

O sistema apontava duas unidades no mostruário, porém ninguém encontrava as mochilas. Por mais vazia que estivesse, a loja ainda era enorme, e operava com um número reduzido de funcionários – o pessoal não conseguia chegar aos trabalhos.

A atendente me deu carta branca para participar da procura. Desembestada, sai pelos corredores. O cenário lembrava um filme distópico, daqueles pós terceira guerra mundial, no qual os mercados estão revirados e abandonados às traças. Na seção Montanha, as poucas mochilas restantes estavam misturadas entre si. Olhei uma por uma e nada. Olhei de novo para ter certeza. Nada. Mais uma vez por desencargo de consciência. Continuou o nada.

Vencida, cansada e com fome, retornei para a frente da loja. Pensava em cancelar aquela merda de vez quando um manequim atraiu minha atenção. Sim... no manequim! Uma das mochilas estava apoiada nas pernas, a outra, tombada no chão. Catei as duas num desespero que parecia haver quinhentas pessoas disputando comigo a posse delas. Carreguei aqueles trambolhos até a recepção. Fiquei com uma, que abracei como um bebê até chegar em casa.

Ok, nessa altura do campeonato, ainda lembra da citação-tema dessa postagem? Pode voltar lá em cima se quiser conferir. A moral disso tudo é que eu continuo tentando e espero continuar sendo poupada. :-)






Postagens anteriores da série Meus Jeans Viajantes:
Para Lljj do futuro: O que mudou?
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Comentários
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2 comentários:

  1. Kkkkk Você com toda pose de calmaria,nem imagino correndo atrás de mochilas pela loja kkkkk adorei o texto

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    1. O QUE!? Era meu dinheiro que estava em jogo! Se não encontrasse a mochila ia sair dali direto pro hospital, porque era caso pra infartar

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