segunda-feira, 22 de outubro de 2018


Para Lljj do passado: a mudança continua sendo eu

Dei uma sumida prolongada do blog. Mil perdões. Os relatos de viagem estão mais que acumulados e, a cada hora, surge um tema novo que gostaria de abordar por aqui. O problema é o tempo e minha inaptidão para organizá-lo. Espero, enfim, por tudo em ordem nos próximos dias, afinal já estou na minha casa, no Rio de Janeiro. Encerrei a viagem na última segunda, dia 15/10.

Pensei em fazer uma atualização na quarta passada. Seria o mais sensato por estar nas vésperas da chegada e de ter todos os sentimentos transbordando pelos poros. Tenho certeza que o tom do texto seria diferente se tivesse escrito antes, mas eu queria sentir primeiro, sentir de verdade, como era estar em casa depois de mais de dois meses de viagem. Para isso, precisei dessa semana, na qual retomei parte da rotina habitual e familiar.

Agora, sim, estou pronta para responder o post Para Lljj do futuro: o que mudou?

Ah, a resposta é bem simples, né? E totalmente previsível! Fui eu que mudei. Não falo apenas num nível psicológico. Durante a viagem engordei 7 quilos. Logo eu, que nunca antes ultrapassei os 50 kg.

Resultado da viagem

Esse aumento de peso contribuiu para uma sensação que me invadiu assim que pus os pés dentro de casa: eu estava grande demais. O teto parecia mais baixo; as paredes, mais juntas; os móveis lembravam brinquedos quando me aproximava... Me vi como uma gigante circulando por uma casinha de boneca. Foi engraçado.

Essa sensação diminuiu com o passar dos dias, mas, vira e mexe, me sinto transbordando para além das paredes, como se não houvesse espaço suficiente para ocupar.

A casa em si não mudou. Minha comunidade, também não. Nem mesmo minhas amigas, com as quais comi uma pizza no mesmo lugar de sempre ontem a noite. Na verdade, todo o mundinho que deixei para trás permanece incrivelmente inalterado. A única mudança concreta foi o meu olhar sobre ele.

Deus, como é maravilhoso cozinhar na minha própria cozinha. Algo que só descobri depois de muito passar por cozinhas alheias. E a consciência de conhecer o trajeto inteiro de uma linha específica de ônibus? Eu sei andar na minha área, povo! E esbarrar nos meus vizinhos a cada saída de casa? Que saudade eu estava desses fofoqueiros!

E a Kikuchi? Minha gata, minha filha, minha pequena companheira que temi não me reconhecer... Ela é o compromisso que me faz sentir responsável, pensar com os pés no chão, pois não estou sozinha nessa e ela depende incondicionalmente de mim. Como senti falta de alguém que dependesse de mim. Alguém que me visse sair e me esperasse voltar. Alguém que eu pudesse chamar de família e sentir conforto com sua presente.


Estou satisfeita com a experiência da viagem. Continuarei trazendo os relatos segundo a ordem do meu trajeto. Agora, vou curtir mais um pouquinho a segurança do meu lar, que é muito mais meu agora do que foi nos últimos 22 anos.
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