sábado, 15 de junho de 2019


Resenha: O Prazer Mais Sombrio

Acabei de (re)ler o terceiro volume da série Senhores do Mundo Subterrâneo – detesto esse título gigante!!! – e tive minha carteirinha de fã da Gena Showalter renovada por mais uma temporada. Nas outras leituras, sempre senti esse livro bem mais ou menos, um não fede e nem cheira. Mas, minha gente, dessa vez o negócio me pegou de jeito. E preciso dizer o porquê!

Título: O Prazer Mais Sombrio
Gênero: Romance sobrenatural
Autor: Gena Showalter
Editora: Harlequin Books
Páginas: 244

Série Senhores do Mundo Subterrâneo* – 3

Sinopse: Há milênios, quando os deuses habitavam o mundo, doze gregos foram condenados a carregar por toda a eternidade os espíritos malignos que libertaram da caixa de Pandora. Agora, eles precisam encontrar a única relíquia capaz de dar fim a seu sofrimento... ainda que possa destruí-los.
Guardião de Dor, Reyes enfrenta um dilema mais dilacerante do que as garras de seu demônio. Embora desejasse Danika Ford, uma humana comum, ele deveria escolher entre o seu amor e a lealdade a um dos guerreiros acometidos pela maldição: Aeron, guardião de Ira, a serviço dos deuses para aniquilar Danika e toda a sua família.
Se Reyes permitisse que Aeron cumprisse sua missão, perderia a única mulher capaz de proporcionar um prazer maior do que a dor. Entretanto, ao neutralizar seu companheiro, Reyes abrira uma brecha para que Danika fosse capturada pelos Caçadores, cujos planos eram torná-la uma Isca. Agora, deverá arriscar a própria alma para salvá-la. Ainda que estranhe o fato de os deuses desejarem a eliminação de uma mera mortal.

*Senhores do Mundo Subterrâneo foi o título que a série recebeu no Brasil, porém eu prefiro chamá-la de Senhores do Submundo, que é mais simples e a tradução literal do título original, Lords of the Underworld. Não estranhem caso eu troque.

O Prazer Mais Sombrio está diretamente ligado aos acontecimentos dos dois livros anteriores. Danika e sua família – avó, mãe e uma irmã – aparecem na trama logo no primeiro volume, assim que Aeron, o guardião do demônio Ira, recebe a missão de matar as quatro mulheres. Imediatamente, no molde Gena Showalter das paixões fulminantes, Reyes, guardião de Dor, sente o coração bater mais forte pela moça – o que é recíproco, claro.

Muita água já rolou até chegarmos neste terceiro livro. Iniciamos com um capítulo ABSURDO de tão bem escrito. Gena esfrega na cara do leitor o nível da sua genialidade ao criar o cenário perfeito para exprimir o tormento que Reyes vem enfrentando. Ele está em sua fortaleza, em Budapeste, se preparando para saltar do telhado. Dor, seu demônio, tem fome de automutilação, tornando Reyes escravo dessa prática. Seus amigos também estão ali, interrogando-o sobre a localização de Aeron, com quem Reyes teve uma luta feroz no livro anterior. O motivo da briga? Danika.


Reyes está perdido, completa e totalmente. Precisou prender o amigo Aeron para evitar a morte de Danika, porém não faz ideia de onde ela está. Ele a quer mais do que qualquer outra coisa. O impasse entre desejo e amizade estão acabando com seu psicológico. E não há solução para seus problemas, pois a cada minuto Aeron se torna mais sedento por sangue e Danika enxerga todos os Senhores como monstros assassinos. O que fazer? Mergulhar na queda de cinco andares e deixar que o doce prazer da dor acalente sua consciência.


Bem longe dali, nos Estados Unidos, Danika anda comendo o pão que o diabo amassou para sobreviver. A vida normal e familiar não existe mais desde que sua família entrou na mira dos monstros. Para aumentar suas chances de fuga, as quatro mulheres se separaram e vivem escondidas, temendo cada sombra que surge na rua. Mas Danika está farta de sentir medo.


Ela quer ser forte; quer reunir e proteger sua família. Principalmente agora que sua avó Mallory parou de dar notícias. Estaria morta? Danika não sabe, assim como não tem ideia do porquê estão passando por essa provação.

Danika e Reyes entram em rota de colisão quando ela é capturada pelos Caçadores – humanos que odeiam os Senhores do Submundo. Num ato marcado pela fúria, Danika aceita servir como infiltrada para os Caçadores e passar informações sobre os guerreiros. A missão começa assim que Reyes a “salva” das garras do inimigo e a leva para a fortaleza.

É então que a história começa pra valer.

Temos um potencial imenso nos protagonistas e um enredo repleto de conflitos a serem resolvidos. E, uma salva de palmas, por favor!, Gena não cagou tudo ao longo da história.


Como a construção do relacionamento entre o casal já vem de outros livros, o romance teve uma base sólida na qual se desenvolver. Convence, surpreende e emociona. Foge do básico te vejo, te quero das histórias anteriores. Além do mais, tanto Danika quanto Reyes tem mais coisas a considerar do que quando poderão arrancar as roupas um do outro.

Ela quer proteger a família do perigo iminente que Aeron representa; também quer descobrir por que suas cabeças foram colocadas a prêmio. Já Reyes tem sua lealdade aos amigos testada. Fora que todos os Senhores correm risco de morte se não encontrarem os quatro artefatos místicos antes dos Caçadores.

Há muita tensão, muitas questões e, sim, muito romance. Mas o foco não está só nos protagonistas. Aeron e Paris, o guardião da Promiscuidade, apresentam arcos importantes e fantásticos neste livro.

Fica claro que Aeron não está no controle de suas ações. Cronos, o deus que ordenou a morte da família de Danika, lançou uma espécie de maldição que o faz perder as estribeiras. Ele está sofrendo, seu único desejo é sair do pesadelo que sua mente se tornou. Já Paris vem ganhando destaque desde o livro anterior, no qual conheceu aquela que seria o amor de sua vida para, logo em seguida, vê-la morrer em seus braços. Ele cumpre um papel fundamental para a resolução deste livro, além de abrir brechas para acontecimentos futuros.


Na minha opinião, Paris é aquele que tem a trajetória mais interessante de toda a série – lado a lado com meu querido William.

Aliás, William, o sempre excitado, volta a aparecer e, agora, para ficar! Perdoado dos seus crimes contra Lucien, o guardião de Morte, ele se muda para a fortaleza em Budapeste e luta ao lado dos Senhores. Também temos novas adições à cartela de personagens, com Legião, um demônio escamoso que vira a sombra de Aeron; e Gilly, uma adolescente que teve participação mínima neste enredo, mas que merece atenção daqui para frente.

O Prazer Mais Sombrio é o melhor livro dos três primeiros da série. Ele promete muita coisa no início e entrega tudo, embrulhadinho, no final. Reacendeu em mim a paixão pela escrita da autora e sua forma de narrar. É bem bolado, estruturado e empolgante. Se eu fosse de dar notas, daria um inquestionável dez. Fica a esperança do próximo ser tão bom quanto esse.




Resenhas anteriores da série Senhores do Mundo Subterrâneo:
1- A Noite Mais Sombria
2- O Beijo Mais Sombrio
3- O Prazer Mais Sombrio (atual)
4- O Sussurro Mais Sombrio
5- A Paixão Mais Sombria
6- A Mentira Mais Sombria
7- O Segredo Mais Sombrio
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