sábado, 25 de maio de 2019


Resenha: O Beijo Mais Sombrio

Dando continuidade ao meu projeto de releitura da série Senhores do Mundo Subterrâneo – detesto esse título gigante! –, aqui está o segundo volume da série. Sem brincadeira, custei para chegar ao fim da leitura. Em parte, porque esses primeiros livros já estão manjados para quem leu todos os catorze; mas também, e principalmente, porque eu amadureci muito meu senso crítico desde que li essa série pela primeira vez. Vamos aos fatos.

Título: O Beijo Mais Sombrio
Gênero: Romance sobrenatural
Autor: Gena Showalter
Editora: Harlequin
Páginas: 283

Série Senhores do Mundo Subterrâneo* – 2

Sinopse: Há muitos séculos Anya, a deusa da anarquia, controla os corações e as almas dos homens... porém, jamais sentiu prazer. Até conhecer Lucien, a própria encarnação da morte. Um guerreiro destinado a conduzir almas para o outro lado. E ele tem um poder sobre ela que homem nenhum jamais teve. Anya está disposta a arriscar qualquer coisa para possuí-lo. Mas quando Lucien recebe ordens dos deuses para levar a alma de Anya, eles devem escolher entre derrotar as forças que os condenam ou sacrificar seu amor em nome da vontade divina...

*Senhores do Mundo Subterrâneo foi o título que a série recebeu no Brasil, porém eu prefiro chamá-la de Senhores do Submundo, que é mais simples e a tradução literal do título original, Lords of the Underworld. Não estranhem caso eu troque.

Em A Noite Mais Sombria, o livro anterior, fomos apresentados ao criativo e sanguinário mundo dos Senhores do Submundo. Neste segundo livro, vemos a expansão desse universo, além de conhecermos personagens novos e incríveis – Willlian, querido, estou falando de você. O casal magia da vez são Lucien, possuído pelo demônio Morte, e Anya, a deusa da anarquia. Um desastre anunciado.

Na primeira leitura, Anya se tornou meu ideal de protagonista. Poderosa, desbocada, inteligente e fora da máxima literária feminina do “ele olhou pra ela e ela corou”. Só para confirmar como a mulher é show, logo no primeiro capítulo ela aparece montada no salto, de minissaia e decotão, disposta a seduzir Lucien – ou Flores, como o apelidou.

Ela sabe o que quer e quer agora.


Mas a vida de Anya não se resume a conquistar um boy – mesmo que seja isso que o enredo transpareça. Ela carrega uma maldição há séculos e, para piorar, está sendo perseguida pelo novo rei dos deuses, Cronos.

Cronos, que não é bobo nem nada, assim que percebeu o interesse de Anya por Lucien tratou de incumbir ao Senhor a morte da deusa. Lucien, que se tornou o centro da confusão inconscientemente, ainda recebeu ameaças do deus rei. O típico faça o que eu mando ou todos aqueles que ama sofrerão. Chega a dar uma peninha.

No livro anterior, Lucien foi apresentado como o estoico e confiável líder dos Senhores do Submundo residentes em Budapeste. Também foi ele que, milênios atrás, abriu a caixa de Pandora, libertando todos os seus demônios. Entretanto, em O Beijo Mais Sombrio, descobrimos um homem inseguro, emocionalmente instável e líder bem meia boca.

É realmente triste ver a forma como o relacionamento dele e Anya se desenrola. Ambos tem um potencial gigante, uma personalidade única e histórias conturbadas. Separados, se tornam personagens fantásticos, mas quando iniciam o “romance”, suas características simplesmente se perdem e passam a ser um clichezão sem graça.

Apesar de Anya ser tudo aquilo que descrevi lá em cima, cria uma dependência absurda de Lucien. Passar uma hora que seja sem persegui-lo – porque é o que ela faz – é um sofrimento enorme, mesmo sabendo que ele tem ordens de matá-la.

Se isso não fosse ruim o bastante, até meados do livro Lucien deixa claro que pretende cumprir essa ordem. Isso torna as cenas quentes entre eles algo totalmente doentio. Um romance entre um assassino e sua futura vítima? Como assim, gente?!


Novamente, Gena perde pontos comigo no quesito romance. O relacionamento devia ser mais do que este fervor sexual e impensado que ela entrega. Contudo, novamente, tenho que aplaudir sua escrita. As descrições, a ação, os diálogos, a criatividade... enfim, é por isso que não posso simplesmente odiar essa série.

E como esse livro abriu brechas para o desenvolvimento de outras personagens, tivemos passagens especiais, como a aventura malfadada de Paris, o portador da Promiscuidade. Também vimos a movimentação dos Senhores em busca da localização da caixa de Pandora. Destaque para as aparições de Strider, possuído pelo demônio da Derrota e um dos personagens mais divertidos da série. William, meu xodozinho do terror, fez sua primeira aparição e já mostrou a que veio:


Estou aproveitando essas releituras para pescar informações sobre alguns mistérios que ainda assombram a série. Não posso falar demais se não daria spoilers, mas quero registrar que Senhores do Submundo possuí uma carga altíssima de tensão. Cada livro apresenta um elemento fantástico a mais para incrementar o enredo geral. É um ponto positivo que até compensa os negativos.

O Beijo Mais Sombrio é um livro mediano. A escrita da autora cativa e impressiona, apesar do relacionamento abusivo que ela confunde com amor. Os leitores precisam estar com o senso crítico afiado para não comprar essa ideia. A leitura é válida, recheada de ação, poderes sobrenaturais e cenas hot. Quem estiver tentado a conhecer a série não se decepcionara com as personagens... talvez, apenas com os romances.




Resenhas anteriores da série Senhores do Mundo Subterrâneo:
1- A Noite Mais Sombria
2- O Beijo Mais Sombrio (atual)
3- O Prazer Mais Sombrio
4- O Sussurro Mais Sombrio
5- A Paixão Mais Sombria
6- A Mentira Mais Sombria
7- O Segredo Mais Sombrio
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