quinta-feira, 22 de agosto de 2019


Memórias de Viagem: aquele passeio...

O principal objetivo do mochilão pelo Rio Grande do Sul era realizar uma pesquisa de campo para os livros da série Preciosas. Por trás disso, vinha um desejo intenso de sair da conformidade e arriscar tudo. Entendo claramente agora. Apesar de o roteiro ter focado a construção dos livros, eu fui muito mais viajante que escritora. E, as personagens que me perdoem, eu curtia muito mais do que pesquisava. Os passeios que aqui estão não me deixam mentir.


Começando pelo início, em Porto Alegre, resgatei as memórias de um role noturno memorável. Os anfitriões que me receberam possuíam um carro e doses extras de disposição. O tempo frio e chuvoso não impediu que me levassem para passear pela cidade. Só pude agradecer. Não fazia ideia do que encontraria no caminho, como, por exemplo, esse parque de diversões:


Já estava fechando e, apesar dos nossos pedidos, não permitiram que entrássemos para dar aquela olhadinha básica. Sequer hesitaram quando a anfitriã apelou para a desculpa do “ela é carioca, só quer tirar umas fotos”. Sem acordo. Mas não houve tempo para frustração, porque o estádio do Internacional surgiu no horizonte logo em seguida. Um belíssimo ponto vermelho neon que, de longe, lembra um bolo de confeitaria.


Depois fizemos uma parada na Praça Marechal Deodoro. Onde, aliás, um grupo de anjos da noite oferecia uma sopa fumegante para os moradores de rua. Com o Rio de Janeiro como parâmetro, lembro que fiquei receosa de pegar o celular para fazer fotos. Mesmo assim eu tirei várias delas. O cenário estilo filme de suspense era irresistível.


Logo em seguida fomos para a Orla do Guaíba, que tinha acabado de ser reaberta após a revitalização. Sob um frio desgraçado deixamos o carro no acostamento e saímos para caminhar. Passava das dez da noite, caía uma garoa fina que cobria as roupas com gotículas, mesmo assim, esbarramos em várias pessoas no caminho. Eu estava tão animada... Essa é uma das lembranças mais vivas da viagem inteira.


No dia seguinte a animação continuava a todo vapor. Foi quando aconteceu o passeio mais aleatório de todos. Aonde nesse mundo que eu, euzinha, assistiria uma partida de futebol ao vivo? Não sou fã do esporte e sempre vi os estádios como lugares perigosos. Mas lá estava eu, devidamente vestida de azul e branco, assistindo a goleada do Grêmio sobre o Vitória. Minha anfitriã, gremista fanática, não podia ter ficado mais satisfeita. Foi uma experiência válida, com certeza. Eu repetiria no futuro? Sei lá. Um garoto derrubou pizza em mim e ainda não consegui perdoar.


Outro grande momento aconteceu em Bento Gonçalves, na minha visita ao Vale dos Vinhedos. Primeiro que era um dia de sol, o que já tornava a ocasião especial. Segundo que meu anfitrião tinha moto e adorei me sentir a motoqueira nas estradas da Serra Gaúcha. Terceiro que as vinícolas eram tudo com o que eu sonhava. Podia pedir mais?


Em Cotiporã tive outro passeio aleatório que surgiu do nada. Lembro que vi o anúncio de um circo que faria sua última apresentação na cidade e achei uma boa ideia comparecer. Nunca antes tinha entrado num circo. A oportunidade realmente foi boa, mas o circo, não. Durante o espetáculo, comprei um saquinho minúsculo de pipoca e, de longe, foi a única coisa que valeu meu dinheiro.


Semanas depois desse fiasco, novamente eu tomava uma decisão arriscada de passeio. Em Poços de Caldas-MG, a trilha do Cristo Redentor atiçou meu espírito de aventura. E lá foi eu, sozinha, andar como uma condenada para chegar até o Cristo.


Depois, descobri que nem sempre o ditado “pra descer todo santo ajuda” se aplica, porque a descida do morro foi uma longa, cansativa e acidentada caminhada que durou mais de uma hora. Em vários momentos pensei em sentar no chão e esperar a morte. Meus pés não aguentavam mais. Hoje, quando lembro do ocorrido, caio na gargalhada com o nível da minha loucura. Principalmente porque adorei cada segundo.


E se o assunto é passeio não posso deixar de fora o maior de todos: a visita à Ibituruna, em Governador Valadares-MG. A cidade, terra natal da minha família, foi o último destino da viagem. Num grupão composto por tios, primos, irmãos e mãe, embarquei no momento família que tanto vinha sentindo falta. Não faltou barulho, comida e risadas. Ah, nós precisamos repetir...


Tem vários outros relatos de passeio aqui no blog. A maioria está na tag Projeto Preciosas. Clique e veja mais.

Até a próxima!



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